19/10/2024
- O primeiro prémio foi atribuído à jornalista Maria Moreira Rato e o segundo à jornalista Paula Rebelo.
Coimbra, 19 de outubro de 2024 – A reportagem “Mutilação Genital Feminina”, da jornalista Maria Moreira Rato, é o trabalho vencedor da edição de 2024 do Prémio de Jornalismo na área da Dor, o prémio anual promovido pela Fundação Grünenthal e pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), com o objetivo incentivar e reconhecer o interesse e qualidade dos trabalhos jornalísticos dedicados ao tema da dor. Este prémio tem o valor de 2.000€ (dois mil euros).
A reportagem da jornalista vencedora sobre mutilação genital feminina falou com uma sobrevivente, uma psicóloga, enfermeiros, ativistas e a Direção-Geral da Saúde para compreender este fenómeno que já foi criminalizado em Portugal. Este trabalho, desenvolvido para assinalar o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, deu conta que entre 2014 e 2022, foi registado um total de 853 casos de mutilação genital feminina em Portugal.
O segundo prémio, no valor de 1.000€ (mil euros), foi entregue à jornalista da RTP, Paula Rebelo, pela reportagem "Dor que incapacita e poucos querem ver", que foi exibida em todos os serviços noticiosos da RTP, com destaque no Jornal da Tarde.
A reportagem aborda o longo tempo de espera para o diagnóstico de endometriose, que pode demorar até 10 anos. As mulheres que sofrem desta condição descrevem o processo como um verdadeiro calvário, marcado por dores incapacitantes, diagnósticos errados de depressão e uma das principais causas de infertilidade. Apesar de ser uma doença inflamatória, que afeta uma em cada dez mulheres, a endometriose continua a ser subvalorizada, tanto pelas próprias mulheres quanto pelos médicos.
Na avaliação dos trabalhos a concurso foi tido em conta critérios como a criatividade, a investigação, a relevância e a qualidade das peças jornalísticas.
Os trabalhos foram submetidos à avaliação de um painel de jurados composto pela Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes, representante da Fundação Grünenthal, pela Dr.ª Claudia Armada e a Dr.ª Armanda Gomes, da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, e Vânia Maia e Susana Venceslau, do Sindicato dos Jornalistas.
A cerimónia de entrega do Prémio decorreu hoje, dia 19 de outubro, no âmbito do IX Encontro de Unidades de Dor, da APED, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Sobre a Fundação Grünenthal
A Fundação Grünenthal é uma instituição sem fins lucrativos que, de forma independente e com forte apoio científico, tem principal objetivo apoiar o progresso na investigação e tratamento da dor, bem como a literacia da sociedade acerca do fenómeno “dor”. Para a realização destes objetivos a Fundação Grünenthal recorre aos seguintes pilares fundamentais, na sua intervenção:
- Prémios Dor para a investigação, atribuídos anualmente em duas modalidades (investigação básica e investigação clínica);
- A Bolsa para jovens Investigadores que se dedicam a esta área de pesquisa;
- Prémios para a comunicação social, que distinguem os melhores trabalhos elaborados sobre qualquer aspeto da investigação e do tratamento da dor, com impacto no conhecimento público acerca da dor;
- Apoios às sociedades científicas que elaborem projetos que se enquadram nos objetivos acima referidos.
Todas as decisões a tomar no âmbito das iniciativas referidas estão a cargo de júris de especialistas independentes, com participação minoritária de membros da Administração da Fundação. Para conhecimento público, dá-se conta das listas de premiados no ano 2024.Para mais informações consulte o website da Fundação Grünenthal em www.fundacaogrunenthal.pt
Sobre a APED
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) tem como objetivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor em Portugal, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela International Association for the Study of Pain e pela Organização Mundial de Saúde.
Para mais informações: www.aped-dor.org